Estudos pré-clínicos e os testes clínicos
O desenvolvimento de anticorpos monoclonais e peptídeos como agentes diagnósticos ou terapêuticos envolve várias etapas de pesquisa, entre elas os estudos pré-clínicos e os testes clínicos.
Os estudos pré-clínicos envolvem caracterização bioquímica e biofísica dos anticorpos e peptídeos, bem como avaliação funcional de sua atividade em ensaios em células in vitro e in vivo. Esses ensaios são realizados em animais de laboratório e seu objetivo é documentar informações de eficácia, segurança e características farmacológicas, que antecedem a realização de testes clínicos com seres humanos.
Os testes clínicos avaliam segurança e eficácia dos anticorpos em pacientes. Testes clínicos de Fase I se caracterizam por ser a primeira vez que um novo medicamento é administrado a seres humanos. Portanto, todo cuidado é necessário. Eles são realizados para obter os primeiros dados de segurança do tratamento experimental em seres humanos e estabelecer a dosagem e a via de administração recomendada. Testes clínicos de Fase I geralmente envolvem pequeno número de participantes (dezenas) e, geralmente são voluntários sadios. Em Oncologia, entretanto, mesmo na fase I do desenvolvimento, pacientes doentes são recrutados para participar. Testes clínicos de Fase II começam a avaliar eficácia de um novo medicamento e, tipicamente, envolvem maior número de pacientes (centenas). Em Oncologia, o número de pacientes costuma ser menor. Testes clínicos de Fase III são realizados uma vez que um novo medicamento tenha se provado minimamente seguro (em testes de Fase I e II) e eficaz (em testes de Fase II) e é realizado em centenas ou mesmo milhares de pacientes, com o objetivo de comparar o tratamento novo com tratamentos-padrão disponíveis.
Referências:
- ICH Harmonised Tripartite Guideline. General considerations for Clinical Trials E8.
- FDA: Clinical Research.
- ANVISA: Pesquisa Clínica.
- Aliança Pesquisa Clínica Brasil.
- Tenorio M et al. Policies for fostering health science, technology and innovation in Brazil and the role of clinical research. Ciência & Saúde Coletiva 2017;22(5):1441-54.
- Dainesi SM. Seeking harmonization and quality in clinical trials. Clinics 2006;61(1):3-8.